Biografia
Paulo Freire
Paulo
Reglus Neves Freire, educador brasileiro. Nasceu no dia 19 de setembro de 1921,
no Recife, Pernambuco.
Foi alfabetizado pela mãe, que o ensinava a
escrever com pequenos galhos de árvore no quintal da casa da família. Com 10
anos de idade, a família mudou para cidade de Jaboatão.
Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma
inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e na
África. Pelo mesmo motivo, sofreu a perseguição do regime militar no Brasil
(1964-1985), sendo preso e forçado ao exílio.
Acusado de subversão, ele passou 72 dias na prisão e, em seguida, partiu
para o exílio. No Chile, trabalhou por cinco anos no Instituto Chileno para a
Reforma Agrária (ICIRA). Nesse período, escreveu o seu principal livro:
Pedagogia do Oprimido (1968). Na adolescência começam a desenvolver um grande
interesse pela língua portuguesa. Com 22 anos, Paulo Freire começa a estudar
Direito em Recife casou-se com a professora Elza Maia. Freire teve cinco filhos
com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira. Após a morte de sua
primeira mulher, casou-se com uma ex-aluna, Ana Maria Araújo Freire. Com ela
viveu até morrer, vítima de infarto, em São Paulo. Doutor Honoris Causa por 27
universidades, Freire recebeu prêmios como: Educação para a Paz (das Nações
Unidas, 1986) e Educador dos Continentes (da Organização dos Estados
Americanos, 1992). No começo de 1964, foi convidado pelo presidente João
Goulart para coordenar o Programa Nacional de Alfabetização. Logo após o golpe militar,
o método de alfabetização de Freire foi considerado uma ameaça á ordem, pelos militares.
Viveu no exílio no Chile e na Suíça, onde continuou produzindo conhecimento na
área de educação. Sua principal obra, Pedagogia do Oprimido, foi lançada em
1969. Freire exerceu o cargo de secretário municipal da educação em São Paulo e
depois deste importante cargo, onde realizou um belo trabalho, começou
assessorar projetos culturais na América Latina e África. Morreu na cidade de
São Paulo de infarto, em 2 de maio em 1997.
Obras do Educador Paulo Freire:
• A propósito de uma administração. Recife: Imprensa Universitária, 1961.
• Conscientização e alfabetização: uma nova visão do processo. Estudos Universitários – Revista de Cultura da Universidade do Recife. Número 4, 1963: 5-22.
• Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1967.
• Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1970.
• Educação e mudança. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1979.
• A importância do ato de ler em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez Editora, 1982.
• A educação na cidade. São Paulo: Cortez Editora, 1991.
• Pedagogia da esperança. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1992.
• Política e educação. São Paulo: Cortez Editora, 1993.
• Cartas a Cristina. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1974.
• À sombra desta mangueira. São Paulo: Editora Olho d’Água, 1995.
• Pedagogia da autonomia. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1997.
• Mudar é difícil, mas é possível (Palestra proferida no SESI de Pernambuco). Recife: CNI/SESI, 1997-b.
• Pedagogia da indignação. São Paulo: UNESP, 2000.
• Educação e atualidade brasileira. São Paulo: Cortez Editora, 2001.
Paulo Freire: Ideias de Escola, Ensino e Aprendizagem.
Conforme estudos produzidos durante o curso
de licenciatura em pedagogia é possível afirmar que tivemos a oportunidade de
conhecer vários autores e suas obras, que são de grande importância para a
nossa formação inicial e futura prática docente em sala de aula. Entre esses se
destaca Paulo Reglus Neves Freire, conhecido popularmente por Paulo Freire ou
simplesmente Freire,. Pelo seu trabalho incansável tornou-se um educador de grande
contribuição para a história da pedagogia mundial e a educação brasileira.
Os estudos produzidos pelo notável educador
e escritor brasileiro proporcionaram novas formas de educar com qualidade e de
forma igualitária. Debruça-se especialmente sobre as particularidades da
prática educacional dos mais carentes como jovens e adultos, conscientizando-os
como sujeitos ativos no contexto social em que vivi e da construção do
conhecimento, viabilizou uma educação voltada para o compromisso social, isso
influenciou e motivou varias gerações de educadores durante e após a produção
de seus estudos e pensamentos.
Concepções de Escola
Em
seu livro Cuidado Escola, Paulo Freire, faz uma critica à educação brasileira.
Críticas de maneira muito criativa o que facilita a compreensão do leitor.
Os
autores expõem indagações, preocupações e cobranças aos pais em relação ao
baixo desemprenho aos filhos.
Não
adianta a escola ser boa, eficaz somente para uma minoria dos estudantes, sendo
que a massa não consegue alcançar com
êxito um bom desempenho escolar.
As
criticas são para todas as instituições escolares, não somente para as a
escolas publicas, mas também particulares com desrespeito à individualidade do
aluno, ensino separado, professores com
domínio apenas do conteúdo especifico de suas áreas, sem base
sócio-educacional.
Quanto
as avaliações, as provas e trabalhos individuais, desenvolve no alunos o
individualismo, enquanto os trabalhos e avaliações em duplas e trios ajudariam
na solidariedade entre os estudantes.
Quanto
aos professores, eles se colocam apenas como transmissores do conteúdo
especifico das próprias disciplinas, sem se preocupar com a construção de
valores dos alunos e entendimento de seus direitos e deveres.
O
livro não aponta somente os problemas, mas também traz sugestões para enfrentar
essa realidade da educação brasileira.
A
primeira baseia-se na capacidade
criativa dos alunos onde a escola deve proporcionar espaço para inventividade
de maneira que os alunos a se interesse mais pelo cotidiano escolar.
A segunda
sugestão, esta relacionada do entendimento da escola da realidade efetivo e
social dos alunos, levando a uma modificação e adaptação do programa de estudo
sempre que necessário.
A terceira
sugestão dá prioridade a relação professor/aluno, onde o dialogo deve ser o melhor
instrumento para o desenvolvimento de uma educação de qualidade.
A
quarta sugestão prioriza a construção de ambiente mais cooperativo para o
aprendizado.
A quinta
e última sugestão diz respeito a um ambiente de maior liberdade para os alunos,
fortalecendo a autonomia dos alunos.
A leitura do livro
cuidado escola nos faz acreditar que a educação de boa qualidade possa dar uma
indispensável contribuição na construção de uma sociedade mais justa e melhor
para todos.
Paulo
Freire reconhece a escola como espaço de desenvolvimento
da aprendizagem, um ambiente de relação mútua, diálogo e de respeito entre
todos os sujeitos que compartilham esse espaço, e que contribua para desenvolver
a curiosidade, a criatividade, o raciocínio lógico, o estímulo à descoberta. A
escola é:
“... o lugar que se faz amigos.
Não se
trata só de prédios, salas, quadros,
Programas,
horários, conceitos...
Escola é
sobretudo, gente
Gente que
trabalha, que estuda
Que
alegra, se conhece, se estima...”
A
escola descrita nas obras e pensamentos de Freire não é só lugar de construção
e socialização de conhecimentos, mas lugar de respeito e de se fazer amigos,
sobretudo de se fazer conhecimentos mútuos.
Em sua obra, a “Pedagogia da Autonomia - Saberes necessários à prática educativa”
descreve sobre a importância da formação do educador e do educando como
sujeitos democráticos e autônomos. Destaca a ética como elemento essencial na
prática educativa, pois, afirma Paulo Freire, “nos tornamos capazes de comparar, de intervir, de decidir, de romper,
por tudo isso, nos fizemos seres éticos” (FREIRE, 1996, p.16), ou seja, pela
ética, devemos ter uma escola e um professor que venha respeitar a capacidade
de cada um, em suas particularidade e especificidade.
Pensamos
particularmente em uma escola ética desta forma é possível viabilizar a
construção do conhecimento e atender a grande diversidade e particularidade da
sociedade, diante da necessidade de ver os problemas de diferentes olhares,
assim, poder viabilizar na prática educativa as contribuições e experiências,
articulando o conhecimento tornando-o muito significativo para a vida.Concepções de Ensino
O ensino
para Paulo Freire deve buscar, indagar, constatar, intervir, educar,
atualizado
constantemente pelo docente que sempre deve incentivar os seus alunos ao mesmo,
é a troca de experiência, buscando sempre respeitar os conhecimentos prévios
dos mesmos, referente à suas experiências, realidades e necessidades, sem
verdades absolutas, prontas e acabadas trazidas pelos educadores em sala de
aula. Daí destaca-se o pensamento de Freire “Ensinar
não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção
ou a sua construção” (FREIRE, 1996, p. 21).
Destacando a importância dos saberes
“Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes”. Com
diversas opiniões, indagações, sugestões, erros e acertos. “Ninguém
educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si,
mediatizados pelo mundo”.
Paulo Freire acredita que durante a
prática educativa o docente não deve se limitar ao ensinamento dos conteúdos
que são previstos e importantes, mas sim, ensinar a pensar, pois “pensar é não estarmos demasiado certos de
nossas certezas”. (FREIRE, 1996, p. 28). O pensar de maneira adequada
permite aos discentes se colocarem como sujeitos históricos ativos, de modo a
se conhecerem e ao mundo em que se inserem intervindo sobre o mesmo. “Ensinar exige compreender que a educação é
uma forma de intervenção no mundo”.
O ensino deve ser a
partir dos conhecimentos existentes e daqueles que serão apresentados no futuro,
os saberes do senso comum e a capacidade criadora de cada um, diante de sua
particularidade, em um aprendizado mútuo entre os sujeitos com objetivo de
adquirir e instigar o conhecimento de forma autônoma e prazerosa, pois conforme
os pensamentos de Paulo Freire “Quem ensina aprende ao ensinar e quem
aprende ensina ao aprender”.
Concepçoes de aprendizagem
A aprendizagem para
Paulo Freire é aquela que transforma, ou seja, tem que ser transformadora, com
diversos saberes reconstruídos entre educadores e educandos, que torna-se assim
autônomos, emancipados, questionadores, inacabados. “Nas condições de
verdadeira aprendizagem, os educandos vão se transformando em reais sujeitos da
construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador igualmente
sujeito do processo”. (FREIRE, 1996, p. 26) Passando a ser sujeito ativo do
processo de ensino-aprendizagem na construção e aquisição do conhecimento.
O método
de aprendizagem de Paulo Freire é assumidamente politico, onde diálogo é o elemento chave para o
professor e aluno sejam sujeitos atuantes. O
objetivo maior da educação é conscientizar o aluno em relação aos mais
desfavoráveis levando-os a agir a favor de sua libertação, propõe uma
conscientização de sua condição social e econômica.
Para o
mesmo a educação deveria levar o aluno à inquietação e com isso buscar novos
conhecimentos, contrario a educação praticada pela maioria das escolas,
denominada como educação bancária, onde no processo de ensino-aprendizagem o
professor só deposita conhecimento e informações nos alunos que são receptores
segundo Freire “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as
possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.”
A aprendizagem de Paulo Freire é como
prática de liberdade contraria a uma prática de dominação e imposição. O mesmo pretende
habilitar o aluno a "ler o mundo", conforme a própria expressão
charmosa do educador, fundamentando sua ação no debate, na problematização e na
conscientização. Para ele, o docente deve ser o animador do processo de alfabetização
de adultos, um formador de pensadores, pode influenciar a favor de possíveis
e significantes mudanças e não se ampara no autoritarismo e sim na interlocução
e na construção de significados.
Em poucas de suas entrevistas em 1993 o
notável Paulo Freire respondeu a um jornalista sobre a importância
da esperança para a transformação. Ao ser perguntado se a esperança é uma
marca, é a expressão ontológica do ser humano? Afirmou-o que “... a esperança é
um projeto do ser humano e é também a viabilização do projeto...” Nos futuros
educadores compartilhamos dos mesmos ideais, e acreditamos na esperança como
forma de conquista de cidadania.
REFERÊNCIA
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade.
5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1975. 150 p.
_______. Pedagogia do oprimido. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1975. 218 p.
_______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 7. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1998. 165 p. (Coleção Leitura).
_______. Pedagogia do oprimido. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1975. 218 p.
_______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 7. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1998. 165 p. (Coleção Leitura).
DISPONÍVEL EM: http://pt.shvoong.com/social-sciences/education/2048582-cuidado-escola/
acesso em 01/06/2012
Unifacs
Pedagogia - 3º semestre
Por: Celimar Letícia Reis Oliveira
Claudenize Pereira De Oliveira e
Lívia Santos Souza
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirgostei do blog,por que vocês não publicam mais?
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